sábado, junho 01, 2013

O que quer o Brasil com o ProSavana, em Moçambique?


ProSavana: Brasil banca usurpação de terras em Moçambique
30 de maio de 2013
por Fatima Mello
Carta Aberta das organizações de Moçambique frente ao ProSavana!

Maputo, 28 de Maio de 2013:

Carta Aberta das Organizações e Movimentos Sociais Moçambicanas dirigida aos Presidentes de Moçambique, Brasil e Primeiro-Ministro do Japão/Maio de 2013

Sua Excelência Senhor Presidente da República de Moçambique, Armando Guebuza
Sua Excelência Senhora Presidente da Repblica Federativa do Brasil, Dilma Rousseff
Sua Excelência Senhor Primeiro-Ministro do Japão, Shinzo Abe

O Governo da República de Moçambique, em parceria com os Governos da República Federativa do Brasil e do Japão, lançou, oficialmente, em Abril de 2011, o Programa ProSavana. O referido programa resulta de uma parceria trilateral dos três governos com o objectivo de, supostamente, promover o desenvolvimento da agricultura nas savanas tropicais do Corredor de Nacala, no Norte de Moçambique.

A estratégia de entrada e implementação do ProSavana assenta-se e fundamenta-se na necessidade, justificadamente, prioritária de combate à pobreza e no imperativo nacional e humano de promoção do desenvolvimento económico, social e cultural do nosso País.

Aliás, estes têm sido os principais argumentos usados pelo Governo de Moçambique para justificar a sua opção pela política de atracção de Investimento Directo Estrangeiros (IDE) e consequente implantação de grandes investimentos de mineração, hidrocarbonetos, plantações de monoculturas florestais e agronegócios destinados a produção de commodities.

Nós, camponeses e camponesas, famílias das comunidades do Corredor de Nacala, organizações religiosas e da sociedade civil moçambicanas, reconhecendo a importância e urgência do combate à miséria e da promoção do desenvolvimento soberano e sustentado, julgamos oportuno e crucial expressar as nossas preocupações e propostas em relação ao Programa ProSavana.

O Programa ProSavana já está a ser implementado através da componente “Quick Impact Projects” sem nunca ter sido realizado, discutido publicamente e aprovado o Estudo de Avaliação de Impacto Ambiental, uma das principais e imprescindíveis exigências da legislação moçambicana para a implementação de projectos desta dimensão, normalmente classificados como de Categoria A.

A amplitude e grandeza do Programa ProSavana contrastam com o incumprimento da lei e total ausência de um debate público profundo, amplo, transparente e democrático impedindo-nos (camponeses e camponesas, famílias e a população), desta forma, de exercer o nosso direito constitucional de acesso à informação, consulta, participação e consentimento informado sobre um assunto de grande relevância social, económica e ambiental com efeitos directos nas nossas vidas.

No entanto, desde Setembro de 2012 temos vindo a realizar um amplo debate e encontros alargados com diversos sectores da sociedade moçambicana.

De acordo com os últimos documentos que tivemos acesso, o Programa ProSavana constitui uma mega parceria entre os Governos de Moçambique, Brasil e Japão que irá ocupar uma área estimada em 14.5 milhões de hectares de terra, em 19 distritos das Províncias de Niassa, Nampula e Zambézia, alegadamente, destinada para o desenvolvimento da agricultura em grande escala nas savanas tropicais, localizadas ao longo do Corredor de Desenvolvimento de Nacala.

Depois de vários debates ao nível das comunidades dos Distritos abrangidos por este programa, com autoridades governamentais moçambicanas, representações diplomáticas do Brasil e Japão e suas respectivas agências de cooperação internacional (Agência Brasileira de Cooperação-ABC e Agência de Cooperação Internacional do Japão-JICA), constatamos haver muitas discrepâncias e contradição nas insuficientes informações e documentos disponíveis, indícios e evidências que confirmam a existência de vícios de concepção do programa; irregularidades no suposto processo de consulta e participação pública; sérias e iminentes ameaças de usurpação de terras dos camponeses e remoção forçada das comunidades das áreas que ocupam actualmente.

Senhor Presidente de Moçambique, Senhora Presidente do Brasil e Senhor Primeiro-Ministro do Japão, a cooperação internacional deve alicerçar-se com base nos interesses e aspirações dos povos para construção de um mundo mais justo e solidário.

Entretanto, o Programa ProSavana não obedece esses princípios e os seus executores não se propõem, muito menos, se mostram disponíveis a discutir, de forma aberta, as questões de fundo associadas ao desenvolvimento da agricultura no nosso País.

Senhor Presidente Armando Guebuza gostaríamos de lembrar que sua excelência, juntamente com milhões de moçambicanos e moçambicanas, sacrificou grande parte da sua juventude, lutando para libertar o povo e a terra da opressão colonial.

Desde esses tempos difíceis, camponeses e camponesas, com os pés firmes na terra, se encarregaram de produzir comida para a nação moçambicana, erguendo o País dos escombros da guerra para a edificação de uma sociedade independente, justa e solidária, onde todos pudessem sentir-se filhos desta terra libertada.

Senhor Presidente Guebuza, mais de 80% da população moçambicana tem na agricultura familiar o seu meio de vivência, respondendo pela produção de mais de 90% da alimentação do País.

O ProSavana constitui um instrumento para criação de condições óptimas para entrada no País de corporações transnacionais, as quais irão, inevitavelmente, alienar a autonomia das famílias camponesas e desestruturar os sistemas de produção camponesa, podendo provocar o surgimento de famílias sem terra e aumento da insegurança alimentar, ou seja, a perda das maiores conquistas da nossa Independência Nacional.

Senhora Presidente Dilma Rousseff, a solidariedade entre os povos moçambicano e brasileiro vem desde os difíceis tempos de luta de libertação nacional, passando pela reconstrução nacional durante e após os 16 anos de guerra que Moçambique atravessou. Mais do que ninguém, a Senhora Presidente Dilma sofreu a opressão e foi vítima da ditadura militar no Brasil e conhece o custo da liberdade.

Actualmente, dois terços dos alimentos consumidos no Brasil são produzidos por camponeses e camponesas e não pelas corporações que o Governo Brasileiro está a exportar para Moçambique através do ProSavana.

Senhora Presidente Dilma Rousseff, como se justifica que o Governo Brasileiro não dê prioridade ao Programa de Aquisição de Alimentos de Moçambique, o qual nós camponeses e camponesas apoiamos e incentivamos? Paradoxalmente, todos os meios financeiros, materiais e humanos, a vários níveis, são alocados para o desenvolvimento do agronegócio promovido pelo ProSavana. Como se justifica que a cooperação internacional entre o Brasil, Moçambique e Japão que devia promover a solidariedade entre os povos converta-se num instrumento de facilitação de transacções comerciais obscuras e promova a usurpação de terras comunitárias que de forma secular usamos para a produção de comida para a nação moçambicana e não só?

Senhor Primeiro-Ministro Shinzo Abe, o Japão, através da JICA, durante décadas contribuiu para o desenvolvimento da agricultura e outros sectores no nosso País. Repudiamos a actual política de cooperação do Governo Japonês com Moçambique no sector agrário. Mais do que o investimento em mega infra-estrutura no Corredor de Nacala para possibilitar o escoamento de commodities agrícolas, através do Porto de Nacala, bem como o apoio financeiro e humano ao ProSavana, entendemos que a aposta japonesa deve concentrar-se na agricultura camponesa, a única capaz de produzir alimentos adequados em quantidades necessárias para a população moçambicana, assim como promover um desenvolvimento sustentado e inclusivo.

Digníssimos representantes dos povos de Moçambique, Brasil e Japão, vivemos uma fase da história marcada pela crescente demanda e expansão de grandes grupos financeiros e corporativos transnacionais pela apropriação e controlo de bens naturais em nível global, transformando-os em mercadoria e assumindo-os como uma oportunidade de negócios.

Excelências, diante dos factos apresentados, nós, camponeses e camponesas de Moçambique, famílias das comunidades rurais do Corredor de Nacala, organizações religiosas e da sociedade civil, denunciamos e repudiamos com urgência:

– A manipulação de informações e intimidação das comunidades e organizações da sociedade civil que se opõem ao ProSavana, apresentando alternativas sustentáveis para o sector agrário;

– Os iminentes processos de usurpação de terras das comunidades locais por corporações brasileiras, japonesas e nacionais; bem assim de outras nações.

– O ProSavana fundamenta-se no aumento da produção e produtividade baseada em monoculturas de exportação (milho, soja, mandioca, algodão, cana de açúcar, etc), que pretende integrar camponeses e camponesas nesse processo produtivo exclusivamente controlado por grandes corporações transnacionais e instituições financeiras multilaterais, destruindo os sistemas de produção da agricultura familiar;

– A importação das contradições internas do modelo de desenvolvimento da agricultura brasileira para Moçambique.

Diante das denúncias atrás apresentadas, nós camponeses e camponesas de Moçambique, famílias das comunidades rurais do Corredor de Nacala, organizações religiosas e da sociedade civil solicitamos e exigimos uma intervenção urgente de V.Excias Senhor Presidente de Moçambique, Senhora Presidente do Brasil e Senhor Primeiro-Ministro do Japão, na qualidade de mandatários legítimos dos vossos povos, com o objectivo de travar de forma urgente a lógica de intervenção do Programa Prosavana que trará impactos negativos irreversíveis para as famílias camponesas tais como:

– O surgimento de famílias e Comunidades Sem Terra em Moçambique, como resultado dos processos de expropriações de terras e consequentes reassentamentos;

– Frequentes convulsões sociais e conflitos sócio-ambientais nas comunidades ao longo do Corredor de Nacala, e não só;

– Agravamento e aprofundamento da miséria nas famílias das comunidades rurais e redução de alternativas de sobrevivência e existência;

– Destruição dos sistemas de produção das famílias camponesas e consequentemente a insegurança alimentar;

– Aumento da corrupção e de conflitos de interesse;

– Poluição dos ecossistemas, solos e recursos hídricos como resultado do uso excessivo e descontrolado de pesticidas, fertilizantes químicos e agrotóxicos;

– Desequilíbrio ecológico como resultado de desmatamento de extensas áreas florestais para dar lugar aos mega projectos de agronegócio.

Assim, nós camponeses e camponesas, famílias das comunidades do Corredor de Nacala, organizações religiosas e da sociedade civil nacionais signatárias desta Carta Aberta manifestamos, publicamente, a nossa indignação e repúdio contra a forma como o Programa ProSavana tem sido concebido e tende a ser implementado nas nossas terras e comunidades do nosso País.

Defendemos o desenvolvimento da agricultura baseado em sistemas de produção e não em produtos, ou seja, a não destruição da lógica produtiva familiar que para além de questões económicas incorpora sobretudo a lógica de ocupação de espaços geográficos, a dimensão social e antropológica, que tem se revelado muito sustentável ao longo da história da humanidade.

Os movimentos sociais e organizações signatárias desta Carta Aberta dirigem-se à V.Excias Senhor Presidente Armando Guebuza, Senhora Presidente Dilma Rousseff e Senhor Primeiro-Ministro Shinzo Abe, na vossa qualidade de chefes de Governo e de Estado e legítimos representantes dos povos de Moçambique, Brasil e Japão para requerer:

– Que mandem tomar todas as medidas necessárias para suspensão imediata de todas as acções e projectos em curso nas savanas tropicais do Corredor do Desenvolvimento de Nacala no âmbito da implementação do Programa ProSavana;

– Que o Governo de Moçambique mande instaurar um mecanismo inclusivo e democrático de construção de um diálogo oficial amplo com todos os sectores da sociedade moçambicana, particularmente camponeses e camponesas, povos do meio rural, comunidades do Corredor, organizações religiosas e da sociedade civil com o objectivo de definir as suas reais necessidades, aspirações e prioridades da matriz e agenda de desenvolvimento soberano;

– Que todos os recursos humanos, materiais e financeiros alocados ao Programa Prosavana sejam realocados na definição e implementação de um Plano Nacional de Apoio a Agricultura Familiar sustentável (sistema familiar), defendido há mais de duas décadas pelas famílias camponesas de toda a República de Moçambique, com o objectivo de apoiar e garantir a soberania alimentar de mais de 16 milhões de moçambicanos que têm na agricultura o seu principal meio de vida;

– Que o Governo moçambicano priorize a soberania alimentar, agricultura de conservação e agroecológica como as únicas soluções sustentáveis para a redução da fome e promoção da alimentação adequada;

– Que o Governo moçambicano adopte políticas para o sector agrário centradas no apoio à agricultura camponesa, cujas prioridades assentam-se no acesso ao crédito rural, serviços de extensão agrária, sistemas de irrigação, valorização das sementes nativas e resistentes às mudanças climáticas, infra-estruturas rurais ligadas a criação de capacidade produtiva e políticas de apoio e incentivo à comercialização rural;

Finalmente e em função do enunciado acima, nós camponeses e camponesas moçambicanas, famílias das comunidades rurais do Corredor de Nacala, organizações religiosas e da sociedade civil exigimos uma cooperação entre os Países assente nos interesses e aspirações genuínas dos povos; uma cooperação que sirva para a promoção de uma sociedade mais justa e solidária.

Sonhamos com um Moçambique viável e melhor, onde todos os moçambicanos e moçambicanas possam sentir-se filhos desta terra, unidos e engajados na construção de um Estado cuja soberania emana e reside no Povo.

Maputo, aos 28 de Maio de 2013

Organizações/movimentos sociais moçambicanas signatárias:

1. Acção Académica para o Desenvolvimento das Comunidades Rurais (ADECRU)
2. Associação de Apoio e Assistência Jurídica as Comunidades (AAAJC) -Tete
3. Associação Nacional de Extensão Rural (AENA)
4. Associação de Cooperação para o Desenvolvimento (ACOORD)
5. AKILIZETHO-Nampula
6. Caritas Diocesana de Lichinga-Niassa
7. Conselho Cristão de Moçambique (CCM)- Niassa
8. ESTAMOS – Organização Comunitária
9. FACILIDADE-Nampula
10. Justiça Ambiental/Friends of The Earth Mozambique
11. Fórum Mulher
12. Fórum das Organizações Não Governamentais do Niassa (FONAGNI)
13. Fórum Terra-Nampula
14. Fórum das Organizações Não Governamentais de Gaza (FONG)
15. Kulima
16. Liga Moçambicana de Direitos Humanos-LDH
17. Livaningo
18. Organização para Desenvolvimento Sustentável (OLIPA-ODES)
19. Organização Rural de Ajuda Mútua (ORAM)-Delegação de Nampula
20. Organização Rural de Ajuda Mútua (ORAM)- Delegação de Lichinga-Niassa
21. Plataforma Provincial da Sociedade Civil de Nampula
22. Rede de Organizações para o Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (ROADS) Niassa
23. União Nacional de Camponeses-UNA

Organizações/movimentos sociais internacionais subscritoras:

1. Amigos da Terra Brasil
2. Articulação Nacional de Agroecologia (ANA)-Brasil
3. Associação Brasileira de ONGs (Abong )
4. Association for the Taxation of Financial Transactions for the Aid of Citizens (ATTAC)-
Japan
5. Africa Japan Forum (AJF)-Japan
6. Alternative People’s Linkage in Asia (APLA)-Japan
7. Association of Support for People in West Africa (SUPA) -Japan
8. Central Única dos Trabalhadores (CUT) -Brasil
9. Comissão Pastoral da Terra (CPT)-Brasil
10. Comissão Pastoral da Terra – MT-Brasil
11. Confederação Nacional de Trabalhadores de Agricultura (CONTAG)-Brasil
12. FASE – Solidariedade e Educação-Brasil
13. Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (FETRAF) Brasil
14. Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil (FEAB)
15. Fórum Mato-grossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento (FORMAD)-Brasil
16. Fórum de Direitos Humanos e da Terra do Mato Grosso (FDHT-MT) -Brasil
17. Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança alimentar e Nutricional (FBSSAN)-Brasil
18. Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social do Brasil
19. Fórum de Lutas de Cáceres – MT-Brasil
20. GRAIN International
21. Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte (GPEA/UFMT) -Brasil
22. Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte (GPEA/UFMT) -Brasil
23. Grupo raízes-Brasil
24. Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul (PACS) -Brasil
25. Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Económicas (Ibase) -Brasil
26. Instituto Caracol (iC) -Brasil
27. Instituto de Estudos Socioeconómicos do Brasil (Inesc)
28. Japan International Volunteer Center (JVC)-Japan
29. Justiça Global-Brasil
30. La Via Campesina- Região África 1
31. Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra-Brasil
32. Movimento Mundial pelas Florestas Tropicais (WRM) -Uruguai
33. Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) – Brasil
34. Movimentos dos Pequenos Agricultores (MPA) -Brasil
35. – Mozambique Kaihatsu wo Kangaeru Shiminno Kai – Japan
36. Network for Rural-Urban Cooperation – Japan
37. ODA-Net – ODA Reform Network – Japan
38. Rede Brasileira Pela Integração dos Povos (REBRIP)
39. Rede Axé Dudu-Brasil
40. Rede Mato-Grossense de Educação Ambiental (REMTEA)-Brasil
41. Sociedade fé e vida-Brasil
42. Vida Brasil

Subscrições individuais nacionais e internacionais

1. Aya Yaehata – Nippon University-
2. Ayako Koike – WE21 Japan
3. Aki Miyanishi – Japan International Volunteer Center
4. Ayako Fujii – WE21 Japan
5. Bunjiro Hara
6. Dr. Sayaka FUNADA-CLASSEN, Tokyo University of Foreign Studies-Japan
7. Dr. Makiko Sakai – Tokyo University of Foreign Studies, Senior Lecturer-Japan
8. Dr. Tatsuo Hayashi – AJF, President-Japan
9. Daisuke Tsubouchi-Japan
10. Eri Sakuma-Japan
11. Emi Yahiro- Japan
12. Fumiko Hakoyama -Japao
13. Hiroaki Nagaoka – Community Action Organisation Development, Chairperson
14. Hirano Masahito – Japan International Volunteer Center-Japan
15. Hiroshi Taniyama – Japan International Volunteer Center-Japan
16. Igor Fuser: Professor da Universidade Federal do ABC (UFABC), São Bernardo do
Campo, Brasil
17. Izumi Koide – Tokyo University of Foreign Studies-Japan
18. Jacques Depelchi
19. Kazushi Matsumoto-Japan
20. Keito Fukaya – Tokyo University of Foreign Studies-Japan
21. Kumiko Makino-Yamashita (Ms)Tokyo, Japan
22. Kazuhito Suga – Research & Action for Community Governance-Japan
23. Kazuo Tsurumi-Japan
24. Kami Madoka – Tokyo University of Foreign Studies-Japan
25. Kanako Hishizaki -Japan
26. Kyoko Matsui – Keio University-Japan
27. Maria de Lourdes Torcato: Maputo – Moçambique
28. Mariko HAYASHI-Japan
29. Miki Tetsuka – Utsunomiya University-Japan
30. Misa Kanegae – Meijigakuin University-Japan
31. Masako Yonekawa – Rikkyo University-Japan
32. Mamoru Mozumi – Africa Japan Forum-Japan
33. Mamiko Yoshizawa – APLA-Japan
34. Miyuki Otomo – Yokohama de TICAD wo Kangaeru Kai-Japan
35. Miyuki Takatoshi Hasebe – Japan International Volunteer Center-Japan
36. Mitsutaka Hirano – SJF-Japan
37. Madoka Kami-Japan
38. Masato Aso-Japan
39. Mizuki Sano – Tsuda College-Japan
40. Noriko Hirose – Japan International Volunteer Center-Japan
41. Naoko Tsuyama – Africa Japan Forum / G-CAP Japan, Chairperson-Japan
42. Naoko Watanabe – JVC, South Africa Program Officer-Japan
43. Naomi Kumazawa -Japan
44. Nahoko Inada-Japan
45. Osamu Tsuchida-Japan
46. Prof. Dr. Masao Yoshida_Japan
47. Prof. Makoto Katsumata – Meijigakuin Univercity, Professor-Japan
48. Prof. Minoru Obayashi-Japan
49. Rina Hirano – Tokyo University of Foreign Studies-Japan
50. Ryota Takahashi – University of Tsukuba-Japan
51. Saito Ryoichiro – Africa Japan Forum-Japan
52. Sayaka Arimatsu-Tamatsukuri, Chuo-ku, Osaka-shi, Japan-Japan
53. Saki Yamauchi – Tsuda College-Japan
54. Shigeta Yuko – WE21 Japan
55. Sumiko Yamanobe -Japan
56. Susumu Sunaoshi – ATTAC Japan
57. Syunsuke Imaizumi-Japan
58. Syuji Hisano – Kyoto University-Japan
59. Takahiro Utsumi – Development consultant-Japan
60. Takeshi Fujii – Japan International Volunteer Center, member-Japan
61. Takaharu Miyashita – Consultant-Japan
62. Tomari – Biomass Industrial Society Network-Japan
63. Tomonori Shimoda – Japan International Volunteer Center-Japan
64. Tsuyoshi Ito – ICNET LIMITED-Japan
65. Tomaso Fernando-Japan
66. Yasuo Aonishi – Centro de Acción para el Desarrollos Derecho-Japan
67. Wakiko Yoneda – Obirin University-Japan
68. Yawara Suzuki – Tokyo University of Foreign Studies-Japan
69. Yoko Akimoto – ATTAC Japan
70. Yuki Morita – WE21 Japan
71. Yoshiaki Nishikawa – Ryukoku University, Professor-Japan
72. Yuko Nakano-Japan


PS do Viomundo: A ideia de que o Brasil está pagando sua “dívida histórica” com a África, repetida inclusive por gente de esquerda, é conversa para boi dormir. O Brasil está se engajando na nova “corrida pela África” com a mesma lógica de outros competidores, ou seja, a defesa de interesses econômicos do capitalismo transnacional associado a grupos econômicos brasileiros.

Extraído de Viomundo

Para mais:

O Resumo Executivo do Projeto na página da ONU - PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento: PNUD Brasil) - arquiuvo PDF



quarta-feira, novembro 21, 2012

Mandela tem rosto nas novas notas sul-africanas


Mandela: o rosto da tolerância e das novas notas sul-africanas

06/11/2012 16:06 CET



De um lado o rosto Nelson Mandela, do outro a imagem dos cinco grandes do reino animal africano.

São assim, a partir de hoje as notas, de 10, 20, 50, 100 e de 200 rands na África do Sul. Uma homenagem ao primeiro presidente negro do país, hoje com 94 anos.

A governadora do Banco da Reserva foi a primeira a utilizar as notas numa loja em Pretória.

“Gosto, gosto das cores. São cores sul-africanas, são quentes e luminosas” afirma um homem.

“Estamos contentes porque Nelson Mandela nos ajudou e nos ensinou muitas coisas. Gostamos de Mandela e estamos felizes com estas notas” refere uma mulher.


Símbolo de tolerância e da luta anti-apartheid, Mandela disse estar emocionado com esta homenagem.

Estraído de Euronews


Fonte das imagens das notas: Banknotes, ZA

sexta-feira, novembro 25, 2011

Homem pré-histórico sabia pescar em águas profundas

Homem pré-histórico sabia pescar em águas profundas

25/11/2011 - às 16h42
Extraído de JB Online

Arqueólogos australianos encontraram evidências de que os humanos pré-históricos que viveram 42.000 anos atrás dominavam a arte da pesca em águas profundas, revelaram estudiosos esta sexta-feira.

Eles também encontraram o anzol mais antigo do mundo, feito de conchas e com antiguidade estimada entre 23.000 e 16.000 anos, durante escavações na caverna Jerimalai, no Timor-Leste.

As descobertas, publicadas na última edição da revista Science, se baseia no trabalho da professora Sue O''Connor, da Universidade Nacional da Austrália.

Segundo a cientista, elas demonstram que o homem pré-histórico tinha habilidades marítimas de alto nível e, portanto, a tecnologia necessária para fazer as travessias marinhas que lhe permitiram chegar à Austrália.

"O local que estudamos possui mais de 38.000 ossos de pescado de 2.843 espécimes de peixes com cerca de 42 mil anos", disse O''Connor, que afirmou que muitos dos espécimes encontrados são de animais de águas profundas.

"O que o sítio do Timor-Leste nos mostrou é que os humanos remotos das ilhas do Sul da Ásia tinham habilidades marítimas impressionantemente avançadas", acrescentou.

"Eram especialistas em apanhar tipos de peixes que seriam difíceis mesmo nos dias de hoje, como o atum. É uma descoberta muito excitante", emendou.

Um anzol também foi encontrado no sítio, mas O''Connor disse ser improvável que tenha sido usado na pesca em águas profundas.

"Nós acreditamos que este seja o exemplo mais remoto conhecido de um anzol de pesca e mostra que nossos ancestrais eram artesãos habilidosos, além de pescadores", afirmou.

"Os anzóis não parecem propícios para a pesca pelágica, mas é possível que outros tipos de anzóis fossem fabricados naquela época", acrescentou.

O que ainda se desconhece é exatamente como este povo antigo conseguia apanhar peixes rápidos e de águas profundas. O atum pode ser pego com redes ou carretilhas, explicou O''Connor.

"Instrumentos simples para reunir os peixes também podem ser usados para atrai-los. Assim, eles podem ser pegos usando redes ou anzóis", explicou.

"De qualquer forma, parece certo que este povo usava tecnologia bem sofisticada e embarcação para pescar além da costa", acrescentou.

Ela disse ainda que as descobertas devem lançar luz sobre como os primeiros habitantes da Austrália chegaram ao continente, com a implicação de que barcos adequados para navegar em alto-mar tenham sido usados para a pesca em águas profundas.

"Sabemos há algum tempo que nossos ancestrais, na Austrália, precisaram ter sido capazes de viajar centenas de quilômetros no mar porque chegaram à Austrália há pelo menos 50.000 anos", disse O''Connor.

"Quando vemos as embarcações que os aborígenes australianos usaram na época do contato com os europeus, no entanto, eram muito simples, como balsas ou canoas", afirmou.

"Assim, como as pessoas chegaram aqui tão cedo sempre foi intrigante. Estas novas descobertas da caverna Jerimalai avançam na solução deste enigma", acrescentou.

Referências de 2011

sábado, novembro 12, 2011

Técnica inovadora extrai água potável da neblina


Comunidades africanas reaproveitam água de neblina contra escassez


02 / 11 / 2011

Comunidades da África do Sul que sofrem com a escassez de água estão utilizando uma técnica inovadora pra obter água potável para o consumo: aproveitam a neblina para extrair litros de água.

Em paisagens montanhosas e com clima úmido, como na cidade Tshiavha, a água da neblina é coletada por um sistema usado nos Andes e no Himalaia. Uma malha é esticada e canos são colocados logo abaixo para que as gotas caiam em um reservatório.


Na cidade sul-africana, as redes foram montadas em escolas e levam um pouco de alívio à região. Com a previsão dos especialistas de que a África Austral ficará mais seca e mais quente nas próximas quatro décadas, estratégias como esta têm atraído novos olhares, enquanto a África do Sul se prepara para sediar a próxima rodada de negociações climáticas da ONU, no final do mês.

Sacia a sede

Montadas em 2007, com a ajuda de uma universidade local, as redes coletoras de neblina garantem até 2.500 litros de água em um dia bom. “A água é limpa e segura, e não contém produtos químicos”, afirmou Lutanyani Malumedzha, diretor da escola fundamental de Tshiavha.

Segundo Malumedzha, o acesso à água limpa melhorou significativamente a saúde das crianças da escola e reduziu o surto de doenças hídricas. “As crianças costumavam levar suas próprias garrafas d’água para a escola, durante os meses secos e quentes. A água, retirada de poços lamacentos, era inadequada ao consumo humano”, disse Malumedzha.

Em algumas áreas, comunidades compartilham a água potável com o gado. Embora a qualidade deste líquido na África do Sul seja considerada uma das melhores do mundo, comunidades rurais estão muito atrasadas quando se trata de água corrente. “Aprendemos a valorizar a água e a tratá-la como uma commodity preciosa”, explicou Malumedza.

“Nenhuma gota é desperdiçada. Parte dela vai para lá”, acrescentou, apontando para uma horta que abastece a escola com alimentos. “Uma alternativa com boa relação custo-benefício” – Malumedza explicou que o [sistema] dispensa equipamentos eletrônicos e requer pouca manutenção.

Alternativa à seca

Como se trata de um país relativamente seco, a água é escassa na África do Sul e áreas remotas sem infraestrutura são as mais afetadas pelas mudanças no padrão climático.

“Esta é uma alternativa com boa relação custo-benefício, que pode ser explorada de forma eficiente, em vista dos desafios hídricos que o país enfrenta”, explicou Liesl Dyson, pesquisadora da Universidade de Pretória.

A província de Limpopo, ao norte, na fronteira com Botsuana, Zimbábue e Moçambique, onde fica o famoso Parque Nacional Kruger, é uma das regiões mais quentes do país. Mas este é um dos poucos lugares do país com um clima propício para a coleta de neblina. “A neblina apenas não é suficiente, também é necessário vento para soprá-la”, explicou Dyson.

Não ajuda muito se a neblina apenas se concentrar nas montanhas, sem se mover”, acrescentou. Segundo ela, o sistema foi usado em algumas áreas na costa oeste e no Transkei, província do leste do Cabo.

De acordo com o Conselho para a Pesquisa Industrial e Científica, a África do Sul tem um índice pluviométrico anual de 490 milímetros, a metade da média mundial. Mesmo sem considerar os efeitos das mudanças climáticas, espera-se que a África do Sul enfrente escassez hídrica em 2025 e há planos de construir uma nova represa em Lesoto para levar mais água ao país.

(Fonte: Globo Natureza)

Extraído de Ambiente Brasil

terça-feira, setembro 20, 2011

Egito: melhor destino turístico africano 2011


Egito conquista título de melhor destino turístico africano

As pirâmides egípcias de Gizeh venceram também um outro prémio para o país na categoria de “Melhor Atração Turística de África.

Da Redação, com Panapress

Cairo – O Egito conquistou o troféu de “Melhor Destino Turístico de África” anunciado ontem (19 setembro 2011) durante o Festival Óscar para o Turismo Internacional nos Estados do Oceano Índico e de África, realizado na cidade balnear egípcia de Charm El Cheikh.

Neste mesmo festival que contou com ampla cobertura jornalística, cerca de 200 repórteres e órgãos de imprensa internacionais, as pirâmides egípcias de Gizeh venceram também um outro prémio para o país na categoria de “Melhor Atração Turística de África”.


Hesham Zaazoua, primeiro adjunto do ministro egípcio do Turismo, declarou após o evento, que considera estes prémios como de grande importância para o seu país, no momento em que o seu Governo está engajado em reintegrar o Egito no mapa do turismo internacional depois da revolução de 25 de janeiro deste ano.

Para Zaazoua, estas distinções mostram que o Egito continua a ser um destino turístico viável e atrativo.

O turismo egípcio foi duramente atingido pela crise política e securitária que abalou o país na sequência da revolução de 25 de janeiro.

Extraído de África21digital


domingo, julho 10, 2011

Balanço de ações bem intencionadas 10 anos depois

-

A África está vencendo suas aflições?

Anselmo Otavio*
10/07/2011

Neste mês de julho de 2011 (Chabal, 2002) o chamado The New Partnership for Africa’s Development (NEPAD) – um dos principais programas de desenvolvimento africano – estará completando dez anos de existência. Fruto da fusão de três programas voltados para o desenvolvimento africano – o “Millennium Partnership for the African Recovery Programme”, o “Omega Plan for Africa” e o “Compact for African Recovery” (Waal, 2002) o NEPAD, em suma, busca “to eliminate poverty and to achieve a sustainable path of growth and development on the continent” (Funke: Nsouli, 2003).

Para isso, o NEPAD possui sete principais iniciativas que deveriam ser realizadas, as quais giram em torno da Peace, Security, Democracy and Political Governance, Human Bridging the Infrastructure Gap, Economic and Corporate Governance, Market Access Capital Flows, Resources Development, e Environment (Ross, 2002). Contudo, é perceptível que grande parte das metas estabelecidas pelo The New Partnership for Africa’s Development não foram alcançadas. Dessa forma, este artigo busca realizar um balanço referente às expectativas geradas pela criação do NEPAD e o que de fato ocorreu durante estes dez anos de sua existência.

De acordo com Gilley (2010), pode-se dizer que as metas buscadas pelo NEPAD encontram-se relacionadas à política e à economia. No que diz respeito à política, era esperado que a África continuasse com o processo de democratização, este que, desde a década de 1980, era caracterizado pela valorização das eleições multipartidárias e pela liberdade de expressão (Chabal, 2002). Inclusive, foi através deste movimento que grande parte dos lideres africanos, que construíram o NEPAD, chegaram ao poder de seus países.

Todavia, no decorrer destes dez anos, o The New Partnership for Africa’s Development, não conseguiu vencer a corrupção e o nepotismo, os quais ainda perduram no continente (Gilley, 2010). Este fracasso pode estar relacionado à desvalorização da democracia, pois, “[since] 2005, however, Africa has witnessed four consecutive years of overall democratic decline” (Gilley; 2010). Além disso, é perceptível que a África vem passando por uma situação política em que os governos surgidos pelo movimento de crescente democratização do continente estão buscando perpetuarem-se no poder e, em contrapartida, os antigos governantes africanos, estes surgidos no pós-independência e que se mantinham no poder através de ditaduras, também estão buscando retornar ao poder. (Gilley, 2010).

Se no plano político o NEPAD não alcançou as metas desejadas, pode-se dizer que na esfera econômica seus objetivos também não se materializaram. Como é sabido, o The New Partnership for Africa’s Development buscava “the adoption of sound macroeconomic policy frameworks and improved economic and corporate governance” (Waal, 2002), e, a partir desta realização, pregava-se “to achieve and sustain the targeted growth at real GDP of some 7 percent a year that is needed to reduce by half the population living in extreme poverty by 2015” (Funke: Nsouli, 2003).

Para a conquista e manutenção do crescimento anual de 7% ao ano do Produto Interno Bruto (PIB) africano, os lideres deste continente compreendem ser necessário a participação das grandes economias mundiais, pois, “[the] development challenge to reduce poverty requires a comprehensive strategy not only based on the efforts of African countries themselves but also on increased international financial assistant” (Funke: Nsouli, 2003). Dessa forma, era esperado que houvesse uma troca, isto é, os países desenvolvidos entrariam com o aumento de capital externo para a África, enquanto os africanos se adaptariam ao neoliberalismo. Isso fica claro pois, mesmo possuindo um discurso africanista, o NEPAD “aceita o discurso globalista liberal” (Döpcke, 2002) e acredita que o desenvolvimento está relacionado ao good governance (Chabal, 2002).

Todavia, embora “[the] G-8 and the International Financial Institutions (IFIs) have welcomed the NEPAD and expressed their commitment to establishing enhanced partnerships with African countries” (Funke; Nsouli, 2003), é fato que, durante o período analisado, os países desenvolvidos perderam o interesse em auxiliar o continente africano em minimizar suas aflições. (Gilley, 2010). Reflexo desta secundarização das mazelas africanas foi a diminuição da ajuda externa advinda das principais economias mundiais, queda na taxa de crescimento do PIB africano e baixo progresso na realização das metas relacionadas à Educação e a Saúde (Gilley, 2010). Além disso, é perceptível o crescimento da taxa de desemprego em diversos países africanos e também o aumento do trabalho informal, refletindo nos dias atuais para “over 70 percent of non-agricultural employment and 42 percent of Africa’s GDP” (Gilley, 2010).

Em suma, a parceria entre “o vínculo inseparável entre democracia, direitos humanos, paz e governabilidade (good governance), de um lado, e o desenvolvimento econômico de outro” (Döpcke, 2002), durante estes dez anos de existência do NEPAD, não trouxe a realização das metas esperadas pelos africanos, e também, dificilmente as metas almejadas para 2015 serão realizadas. O problema estaria no neoliberalismo? No desinteresse das grandes potências com relação ao desenvolvimento do continente africano? Ou o problema estaria relacionado à busca incessante de diversos lideres africanos em perpetuarem-se no poder? De fato são questões complexas, mas que, direta ou indiretamente, podem estar relacionadas ao, até então, fracasso do The New Partnership for Africa’s Development.


Bibliografia Consultada

CHABAL. Patrick. (2002) The quest for good government and development in África: is NEPAD the answer? Disponível em: [http://www.jstor.org/pss/3095884]. Acesso em: 22/03/2011

DÖPCKE. Wolfgang. (2002) Há salvação para a África? Thabo Mbeki e seu New Partnership for African Development. Disponível em: [http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-73292002000100006&script=sci_arttext&tlng=es]. Acesso em: 05/01/2011

FUNKE. Norbert, NSOULI. Salah M. (2003) The NEPAD: Opportunities and Challenges. Disponível em: [http://www.imf.org/external/pubs/ft/wp/2003/wp0369.pdf]. Acesso em: 05/01/2011

GILLEY. Bruce. (2010) The End of the African Renaissance. Disponível em: [www.twq.com/10october/docs/10oct_Gilley.pdf]. Acesso em: 05/01/2011

ROSS. Herbert. (2002) Implementing NEPAD: A Critical Assessment. Disponível em: [www.nsi-ins.ca/english/pdf/herbert.pdf]. Acesso em: 18/03/2011

WAAL. Alex De. (2002) What’s new in the “New Partnership for Africa’s Development? Disponível em: [www.sarpn.org.za/NEPAD/dewaal/dewaal.pdf]. Acesso em: 18/03/2011


* Anselmo Otavio é graduado em Relações Internacionais pela Universidade Estadual Paulista (UNESP campus de Marília). (anselmo_otavio@yahoo.com.br)

Extraído de Mundorama.net


quarta-feira, maio 18, 2011

Cuba apoia programas agrícolas em Cabo Verde

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Cuba apoia programas agrícolas em Cabo Verde

Da Redação, com Panapress África 21 – DF - 17/05/2011 - 19:15
Praia - Treze especialistas cubanos são esperados em breve em Cabo Verde para apoiar programas agrícolas de desenvolvimento rural e de segurança alimentar.

Esta assistência deverá realizar-se ao abrigo de um acordo tripartido, que acaba de ser assinado, na cidade Praia, entre o Governo cabo-verdiano, Cuba e o Fundo das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).

Os técnicos cubanos vão visitar as ilhas da Brava, do Fogo, de São Nicolau e de Santo Antão, onde, durante 18 meses, irão dar a sua contribuição na implementação dos dois programas.

O embaixador de Cuba em Cabo Verde, Narciso Socorro, considera que “o acordo é uma clara expressão do quanto se pode fazer na cooperação Sul/Sul”.

“É a clara expressão de uma vontade política entre a FAO, Cabo Verde e Cuba”, realçou o diplomata cubano.

Por sua vez, o secretário de Estado cabo-verdiano dos Negócios Estrangeiros, José Luís Rocha, considera o acordo “fundamental” para a realização de um programa de assistência técnica de “grande importância”.

“Cuba tem, ao longo dos últimos anos, apoiado Cabo Verde em vários outros setores, e é uma cooperação que tem sido extremamente útil dentro da substituição de especialistas, que muitas vezes não temos em muitas áreas, e também tem contribuído na formação direta de médicos e outros quadros”, referiu o governante.

As relações de cooperação entre Cuba e Cabo Verde datam de 1976, um anos após a independência deste último, e abrangem sobretudo a área da Saúde, tendo passado pelo arquipélago quase 600 médicos cubanos de praticamente todas as especialidades.

Atualmente, estão no país 36 profissionais cubanos, que trabalham nas diversas estruturas de saúde espalhadas pelas nove ilhas do arquipélago, estando a maior parte colocada nos hospitais centrais da Praia e de São Vicente.

Além dos 36 médicos que trabalham na cooperação, existem no país vários outros médicos cubanos que, no final da sua missão, optaram por fixar residência em Cabo Verde, não regressando a Cuba. Destes desconhece-se o seu total, embora haja muitos casados com cabo-verdianas.

No passado, Cuba também desenvolveu vários programas de cooperação no domínio da educação, com muitos estudantes cabo-verdianos a receberem formação superior em instituições de ensino cubanas.

Extraído de África 21 Digital