sexta-feira, novembro 25, 2011

Homem pré-histórico sabia pescar em águas profundas

Homem pré-histórico sabia pescar em águas profundas

25/11/2011 - às 16h42
Extraído de JB Online

Arqueólogos australianos encontraram evidências de que os humanos pré-históricos que viveram 42.000 anos atrás dominavam a arte da pesca em águas profundas, revelaram estudiosos esta sexta-feira.

Eles também encontraram o anzol mais antigo do mundo, feito de conchas e com antiguidade estimada entre 23.000 e 16.000 anos, durante escavações na caverna Jerimalai, no Timor-Leste.

As descobertas, publicadas na última edição da revista Science, se baseia no trabalho da professora Sue O''Connor, da Universidade Nacional da Austrália.

Segundo a cientista, elas demonstram que o homem pré-histórico tinha habilidades marítimas de alto nível e, portanto, a tecnologia necessária para fazer as travessias marinhas que lhe permitiram chegar à Austrália.

"O local que estudamos possui mais de 38.000 ossos de pescado de 2.843 espécimes de peixes com cerca de 42 mil anos", disse O''Connor, que afirmou que muitos dos espécimes encontrados são de animais de águas profundas.

"O que o sítio do Timor-Leste nos mostrou é que os humanos remotos das ilhas do Sul da Ásia tinham habilidades marítimas impressionantemente avançadas", acrescentou.

"Eram especialistas em apanhar tipos de peixes que seriam difíceis mesmo nos dias de hoje, como o atum. É uma descoberta muito excitante", emendou.

Um anzol também foi encontrado no sítio, mas O''Connor disse ser improvável que tenha sido usado na pesca em águas profundas.

"Nós acreditamos que este seja o exemplo mais remoto conhecido de um anzol de pesca e mostra que nossos ancestrais eram artesãos habilidosos, além de pescadores", afirmou.

"Os anzóis não parecem propícios para a pesca pelágica, mas é possível que outros tipos de anzóis fossem fabricados naquela época", acrescentou.

O que ainda se desconhece é exatamente como este povo antigo conseguia apanhar peixes rápidos e de águas profundas. O atum pode ser pego com redes ou carretilhas, explicou O''Connor.

"Instrumentos simples para reunir os peixes também podem ser usados para atrai-los. Assim, eles podem ser pegos usando redes ou anzóis", explicou.

"De qualquer forma, parece certo que este povo usava tecnologia bem sofisticada e embarcação para pescar além da costa", acrescentou.

Ela disse ainda que as descobertas devem lançar luz sobre como os primeiros habitantes da Austrália chegaram ao continente, com a implicação de que barcos adequados para navegar em alto-mar tenham sido usados para a pesca em águas profundas.

"Sabemos há algum tempo que nossos ancestrais, na Austrália, precisaram ter sido capazes de viajar centenas de quilômetros no mar porque chegaram à Austrália há pelo menos 50.000 anos", disse O''Connor.

"Quando vemos as embarcações que os aborígenes australianos usaram na época do contato com os europeus, no entanto, eram muito simples, como balsas ou canoas", afirmou.

"Assim, como as pessoas chegaram aqui tão cedo sempre foi intrigante. Estas novas descobertas da caverna Jerimalai avançam na solução deste enigma", acrescentou.

Referências de 2011

sábado, novembro 12, 2011

Técnica inovadora extrai água potável da neblina


Comunidades africanas reaproveitam água de neblina contra escassez


02 / 11 / 2011

Comunidades da África do Sul que sofrem com a escassez de água estão utilizando uma técnica inovadora pra obter água potável para o consumo: aproveitam a neblina para extrair litros de água.

Em paisagens montanhosas e com clima úmido, como na cidade Tshiavha, a água da neblina é coletada por um sistema usado nos Andes e no Himalaia. Uma malha é esticada e canos são colocados logo abaixo para que as gotas caiam em um reservatório.


Na cidade sul-africana, as redes foram montadas em escolas e levam um pouco de alívio à região. Com a previsão dos especialistas de que a África Austral ficará mais seca e mais quente nas próximas quatro décadas, estratégias como esta têm atraído novos olhares, enquanto a África do Sul se prepara para sediar a próxima rodada de negociações climáticas da ONU, no final do mês.

Sacia a sede

Montadas em 2007, com a ajuda de uma universidade local, as redes coletoras de neblina garantem até 2.500 litros de água em um dia bom. “A água é limpa e segura, e não contém produtos químicos”, afirmou Lutanyani Malumedzha, diretor da escola fundamental de Tshiavha.

Segundo Malumedzha, o acesso à água limpa melhorou significativamente a saúde das crianças da escola e reduziu o surto de doenças hídricas. “As crianças costumavam levar suas próprias garrafas d’água para a escola, durante os meses secos e quentes. A água, retirada de poços lamacentos, era inadequada ao consumo humano”, disse Malumedzha.

Em algumas áreas, comunidades compartilham a água potável com o gado. Embora a qualidade deste líquido na África do Sul seja considerada uma das melhores do mundo, comunidades rurais estão muito atrasadas quando se trata de água corrente. “Aprendemos a valorizar a água e a tratá-la como uma commodity preciosa”, explicou Malumedza.

“Nenhuma gota é desperdiçada. Parte dela vai para lá”, acrescentou, apontando para uma horta que abastece a escola com alimentos. “Uma alternativa com boa relação custo-benefício” – Malumedza explicou que o [sistema] dispensa equipamentos eletrônicos e requer pouca manutenção.

Alternativa à seca

Como se trata de um país relativamente seco, a água é escassa na África do Sul e áreas remotas sem infraestrutura são as mais afetadas pelas mudanças no padrão climático.

“Esta é uma alternativa com boa relação custo-benefício, que pode ser explorada de forma eficiente, em vista dos desafios hídricos que o país enfrenta”, explicou Liesl Dyson, pesquisadora da Universidade de Pretória.

A província de Limpopo, ao norte, na fronteira com Botsuana, Zimbábue e Moçambique, onde fica o famoso Parque Nacional Kruger, é uma das regiões mais quentes do país. Mas este é um dos poucos lugares do país com um clima propício para a coleta de neblina. “A neblina apenas não é suficiente, também é necessário vento para soprá-la”, explicou Dyson.

Não ajuda muito se a neblina apenas se concentrar nas montanhas, sem se mover”, acrescentou. Segundo ela, o sistema foi usado em algumas áreas na costa oeste e no Transkei, província do leste do Cabo.

De acordo com o Conselho para a Pesquisa Industrial e Científica, a África do Sul tem um índice pluviométrico anual de 490 milímetros, a metade da média mundial. Mesmo sem considerar os efeitos das mudanças climáticas, espera-se que a África do Sul enfrente escassez hídrica em 2025 e há planos de construir uma nova represa em Lesoto para levar mais água ao país.

(Fonte: Globo Natureza)

Extraído de Ambiente Brasil