segunda-feira, junho 28, 2010

Antepassado da Lucy é descoberto

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Antepassado da Lucy é descoberto
22/6/2010

Agência FAPESP – Um grupo internacional de cientistas concluiu que um esqueleto parcial encontrado recentemente na Etiópia é de um Australopithecus afarensis. Trata-se da mesma espécie da famosa Lucy, descoberta pelo norte-americano Donald Johanson em 1974.

A diferença é que o novo esqueleto viveu há 3,6 milhões de anos, ou cerca de 400 mil anos antes da Lucy, o que implica que características avançadas nos hominídeos, como a postura ereta ao andar, ocorreram antes do que se estimava.

Os resultados da análise preliminar dos ossos encontrados na região de Afar, na Etiópia, serão publicados esta semana no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

Escavações na área de Woranso-Mille vem sendo conduzidas desde 2005, após a descoberta do fragmento de um osso do braço. Desde então os antropólogos recuperaram alguns dos ossos mais completos já encontrados de hominídeos.

O exemplar do antepassado da Lucy foi denominado Kadanuumuu, que significa “homem grande” em dialeto da região. Os ossos pertenceram a um hominídeo do sexo masculino com cerca de 1,6 metro – Lucy tinha apenas 1,07 metro.

“Esse indivíduo era totalmente bípede e capaz de caminhar como os humanos modernos. Como resultado da descoberta, podemos dizer com confiança que a Lucy e seus parentes eram quase tão eficientes como nós ao andar sobre as duas pernas e que o alongamento de nossas pernas ocorreu antes, em nossa história evolutiva, do que achávamos”, disse Yohannes Haile-Selassie, do Museu de História Natural de Cleveland, nos Estados Unidos.

O artigo An early Australopithecus afarensis postcranium from Woranso-Mille, Ethiopia (doi/10.1073/pnas.1004527107), de Yohannes Haile-Selassie e outros, poderá ser lido em breve por assinantes da Pnas em www.pnas.org.


Extraído de Agência FAPESP
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terça-feira, junho 01, 2010

O que os Massai já sabiam...

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Nomades Massai gozam de muito boa saúde

17 de maio de 2010

Nutricionistas da Universidade de Jena (Alemanha) analisaram a dieta dos Massai

Viajantes que espalharam a imagem
da sede de sangue dos Massai
estavam completamente errados.


O corpo humano é um verdadeiro milagre. Foi o que descobriu a cientista Nadja Knoll nas provas que conseguiu sobre o povo nômade Massai, no Quênia, África Oriental. Para comprovar sua tese, o nutricionista da Universidade Friedrich Schiller, de Jena (Alemanha), analisou a dieta de uma tribo nômade do Distrito Kajiado. Os resultados surpreendentes do estudo mostram que os Massai estão em bom estado de saúde, apesar de uma dieta aparentemente pobre.

As pesquisas de sangue mostraram que existe um elevado teor de ácidos graxos ômega-3 saudáveis nas membranas de eritrócitos, as paredes celulares das células vermelhas do sangue, mesmo que esses elementos não sejam ingeridos. "Nós ficamos surpreendidos com estes resultados. Eles são a prova da enorme capacidade de adaptação do organismo humano", diz o Dr. Gerhard Jahreis do Departamento de Fisiologia da Nutrição, sob cuja orientação foi realizado o estudo.

No entanto, outro achado surpreendente foi o resultado do trabalho de campo na África. O estudo de Nadja Knoll mostra que o que se pensava sobre os padrões tradicionais da dieta Massai está errado. Viajantes na África como Gustav Adolf Fischer (1848-1886) e o inglês Joseph Thomson (1858-1895) espalharam a imagem de sede de sangue dos Massai. De acordo com seus relatórios os pastores consomem principalmente carne, leite e sangue. Uma percentagem particularmente elevada de leite fermentado - uma espécie de iogurte - também foi informada como parte de sua dieta. Os achados e Nadja Knoll pintam um quadro muito diferente. A cientista da Universidade de Jena descobriu que os Massai têm um leite com chá muito açucarado no café da manhã. Alguns Massai comer um tipo de "mingau" pela manhã, uma mistura líquida de fubá, água, leite e açúcar.

(continua... em inglês)



Nomad People Baffle with Good Health in Spite of Malnourishment

17.05.2010

Nutritionists of Jena University (Germany) Analyze the Diet of the Maasai

The human body is a true miracle. For that Nadja Knoll found new proof in the nomad people of the Maasai in Kenya in Eastern Africa. For her thesis the nutritionist from the Friedrich Schiller University Jena (Germany) analyzed the diet of a nomadic tribe in the Kajiado District. The surprising results of the field study show that the Maasai are in a good health status in spite of a one-sided and poor diet.

The blood investigations showed that there is a high content of healthy omega-3 fatty acids in their erythrocyte membranes, the cell walls of the red blood cells, even though they are not ingested. “We were surprised by these results. They are proof for the enormous adaptability of the human organism”, says Prof. Dr. Gerhard Jahreis of the Department of Nutritional Physiology, under whose guidance the study was conducted.

Yet another finding was the outcome of the fieldwork in Africa. Nadja Knoll´s study shows that the traditional story patterns about the Maasai diet are wrong. Travelers in Africa like Gustav Adolf Fischer (1848-1886) and the Englishman Joseph Thomson (1858-1895) spread the image of the blood thirsty Maasai. According to their reports the herdsmen consume mainly meat, milk and blood. A particularly high percentage of fermented milk – a kind of yoghurt – was also said to be part of their diet. Nadja Knoll´s findings paint a very different picture. The scientist of Jena University discovered that the Maasai have strongly sweetened milk tea for breakfast. Some Maasai eat a kind of “porridge” in the morning, a liquid mixture of cormeal, water, some milk and sugar.

For lunch there will be milk and “Ugali”, a kind of polenta being made from cormeal and water. “Dinner is similar to lunch”, says Knoll who points out that she did her field study at the end of the dry season. There may be slightly different results in the – remarkably shorter – rainy season, because then the Maasai livestock produces more milk. This milk will then ferment in calabashes. The outcome of the fermenting process will be a yoghurt-like drink that might have pro-biotic benefits.

It is clear though that meat features only rarely on the Maasai menu. The main part - more than 50 percent - consists of vegetarian food. The preferred meat is that of sheep and goats, whereas the meat of traditional Zebu cattle is only rarely eaten. “A cow will only be slaughtered for ritual festivities by the Maasai”, says Knoll.

Knoll conducted her study together with colleagues of the Jomo Kenyatta University of Agriculture and Technology of Juja/Nairobi (Kenia). Before the fieldwork could begin an ethics commission had to give their approval. Given the high HIV rate in the country especially the planned blood tests were questioned.

The achievements of the Jena nutritionists will be published in an international, renowned scientific journal.

Contact:
Nadja Knoll/Prof. Dr. Gerhard Jahreis
Institute of Nutrition of the Friedrich Schiller University Jena
Dornburger Straße 24
D-07743 Jena
Phone: +49 (0)3641 / 949610
Mail: nadja_knoll[at]gmx.de / b6jage[at]uni-jena.de

Stephan Laudien | Source: Informationsdienst Wissenschaft
Further information: www.uni-jena.de

Original article here

Photo/Foto
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